Alta nos estoques e menor produção moldam cenário do algodão em MT

A oferta total de pluma está estimada em 3,52 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 2,56% em relação à safra anterior (2024/25). De acordo com boletim informativo do Imea, o recuo é puxado pela menor produção prevista, reflexo de ajustes na área plantada e produtividade do algodão. Em contrapartida, os estoques de passagem são os maiores da série histórica registrada pelo Imea, o que garante uma oferta relativamente robusta, mesmo diante da queda na colheita.

No lado da demanda, a projeção é de 2,71 milhões de toneladas, um leve recuo de 0,33% frente à temporada passada. A retração está concentrada nas exportações e nas vendas para outros estados, que caíram 0,12% e 1,80%, respectivamente. O consumo interno em Mato Grosso foi o único segmento que apresentou crescimento, impulsionado pela expansão de uma indústria fiadora no estado, de acordo com o boletim do Imea.

Os envios para o exterior seguem como principal destino da pluma mato-grossense, com estimativa de 2,05 milhões de toneladas na safra 25/26. Já o volume destinado a outras unidades da federação deve ser de 606,43 mil toneladas.

Os estoques finais devem reduzir 9,33% em relação à safra passada, ainda que se mantenham como o segundo maior volume da série histórica do Imea. A comercialização da safra 24/25 atingiu 69,97% até outubro, enquanto a nova temporada (25/26) avança mais lentamente, com 31,90% negociada até o mesmo mês.

CONCLUSÃO: Com o consumo interno em alta e exportações pressionadas, o setor algodoeiro de Mato Grosso deve observar ajustes importantes na dinâmica de escoamento da produção. O desafio será equilibrar estoques ainda robustos com uma demanda mais seletiva, exigindo estratégia comercial eficiente por parte dos produtores e indústrias locais.